quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Uma escova para medusa


Nascer é uma tarefa muito complicada. Eu mesma adorava ficar mergulhada dentro daquele líquido aquecido e recebendo todos os carinhos de minha mãe. Entretanto, quando chegou o dia 19 de junho de algumas décadas atrás era hora do nascimento , mas a preguiça de sair daquele lugarzinho protegido era grande, por isso, veio uma tapa forte do médico no bumbum para ver se pelo menos eu me animava com o novo mundo e chorava de alegria por chegar nele.
Os primeiros anos de minha vida foram marcado por uma careca lustrosa e com alguns fios que anunciavam cabelos castanhos escuros. Nas fotos do meu batizado só reconhecemos que é uma menina nos braços da madrinha e tia pelo vestidinho branco. 
 Mas, a medida que crescia, os cachos apareciam e ficavam cada vez mais volumosos. Confesso que fui uma criança frustrada. Estava cercada por uma família cabeluda linda de cabelos longos, finos e brilhosos e eu tinha que carregar na cabeça os cachinhos que me renderam tantos apelidos ao longo da vida. O último que recebi foi dado carinhosamente por algumas alunas alguns anos atrás: Medusa.
O melhor de tudo é ouvir a família elogiando o seu cabelo desgrenhador e dizer que todas as pessoas querem ter um igual ao seu: bobagem. Ninguém é feliz com seu cabelo e eu nunca fui muito entusiasta do meu. Por isso, a decisão foi tomada na última semana. Passei trinta anos de cabelo cacheado e agora quero experimentar 30 anos de cabelo liso. A solução: uma escova progressiva.
Fonte da imagem: www.sabetudo.net

Desde já quero dizer que a mudança não tem nada com modismo ou tendência, na verdade tem mais do meu desejo de identidade, e se alguns não entenderem a justificativa que acabei de dar que pelo menos apreciem o resultado.

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