Nascer é uma tarefa muito complicada. Eu mesma
adorava ficar mergulhada dentro daquele líquido aquecido e recebendo todos os
carinhos de minha mãe. Entretanto, quando chegou o dia 19 de junho de algumas
décadas atrás era hora do nascimento , mas a preguiça de sair daquele
lugarzinho protegido era grande, por isso, veio uma tapa forte do médico no
bumbum para ver se pelo menos eu me animava com o novo mundo e chorava de
alegria por chegar nele.
Os primeiros anos de minha vida foram marcado por
uma careca lustrosa e com alguns fios que anunciavam cabelos castanhos escuros.
Nas fotos do meu batizado só reconhecemos que é uma menina nos braços da
madrinha e tia pelo vestidinho branco.
Mas, a medida que crescia, os cachos
apareciam e ficavam cada vez mais volumosos. Confesso que fui uma criança
frustrada. Estava cercada por uma família cabeluda linda de cabelos longos,
finos e brilhosos e eu tinha que carregar na cabeça os cachinhos que me
renderam tantos apelidos ao longo da vida. O último que recebi foi dado
carinhosamente por algumas alunas alguns anos atrás: Medusa.
O melhor de tudo é ouvir a família elogiando o
seu cabelo desgrenhador e dizer que todas as pessoas querem ter um igual ao
seu: bobagem. Ninguém é feliz com seu cabelo e eu nunca fui muito entusiasta do
meu. Por isso, a decisão foi tomada na última semana. Passei trinta anos de
cabelo cacheado e agora quero experimentar 30 anos de cabelo liso. A solução:
uma escova progressiva.
Desde já quero dizer que a mudança não tem nada
com modismo ou tendência, na verdade tem mais do meu desejo de
identidade, e se alguns não entenderem a justificativa que acabei de dar
que pelo menos apreciem o resultado.
Andreia eu quero ver!!! Coloca uma foto!!!
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