Para encontrar um amor depois dos 30

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Em dez dias comemoro meus dois anos de casamento, o que significa que vamos celebrar nossas bodas de algodão. Para algumas pessoas pode parecer um festejo menor pelo pouco tempo de casados que temos, mas para mim é motivo de grande festa e exaltação. Afinal, todos os dias nos deparamos com as aflições e tristezas de quem conseguiu conquistar muitas coisas, mas não ocorreu ainda o encontro com o amor.

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E como isso acontece para algumas pessoas e para outras demora tanto? Será que existem dois grupos de mulheres, as abençoadas com relações felizes e as amaldiçoadas com péssimos encontros? Claro que não. Todas nós já vivemos o céu ao lado de um companheiro e já experimentamos o inferno na companhia de um homem. O problema central é que algumas mulheres esquecem de retomar o amor próprio e  de valorizar suas outras conquistas pessoais e profissionais.

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Não quero com isso dizer que o amor é um assunto para segundo plano, mas lembrar que a ordem dos fatores não altera o produto final, que é a nossa felicidade. Falando um pouquinho de história, na vida de nossas avós existia apenas um aspecto que elas deviam se preocupar desde a sua infância: o dia do casamento. Nossas mães já tinham dois assuntos para pensar desde cedo: seus estudos e seu casamento. E nós? No que temos que pensar? Precisamos pensar em nossa formação acadêmica, no conhecimento de uma língua estrangeira, no cuidado com o nosso corpo e espírito, no estabelecimento de uma carreira, na construção de um capital social, no encontro de um parceiro, na possibilidade dele ser o homem certo, na possibilidade dele não ser o homem certo e em muitas outras coisas.

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Simplesmente somos seres eternamente insatisfeitos, já dizia Freud, mas somos também seres ansiosos demais. Olhando as outras gerações, podemos dizer que no tempo de nossas avós a vida delas começava aos 15 anos, já na de nossas mães começava perto dos 20 anos e nas nossas as coisas de fato só começam a se encaixar depois dos trinta anos. E as vezes esquecemos que algumas coisas só acontecem nas nossas vidas quando não estamos tão concentrados nelas e sim vivendo e explorando outros caminhos.   

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E sabem quando comecei a entender tudo isso? Em janeiro de 2010, quando eu tinha exatamente 32 anos. Naquele mês resolvi que me dedicaria totalmente ao doutorado e em conhecer o mundo. Entrei na CVC e pedi para a agente um pacote de duas semanas para a Grécia e Turquia. Acertei com ela, voltei para casa com a certeza que em seis meses estaria percorrendo outros caminhos, sozinha e feliz. Mas a vida reservava uma nova surpresa e com menos de trinta dias de minha decisão "... um certo alguém cruzou o meu caminho e mudou a direção".

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Então, para encontrar um amor, primeiro esteja apaixonada por quem você é e pelo o que a faz única e especial no mundo. Procure viver intensamente seus círculos de amizade, mas livre-se de toda pessoa que possa lhe dizer que não é capaz de conquistar alguém só porque é uma balzaquiana. E por último, relaxe. Tenha a certeza que sua vida começou aos trinta anos e que quando o amor bater na sua porta vai encontrar você radiante, realizada, estabilizada e preparada para viver de forma intensa essa nova conquista. 

Ame-se.