sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Gravidez afetiva ou gravidez do coração? as exigências da adoção

Tempo demais que a gente não conversa, mas a maioria de vocês já sabe como é a minha vida de professora e eterna estudante, então me desculpa, tá?
Mas o que andei fazendo de junho até agora? me preparando para a minha gravidez afetiva. Já ouviu falar sobre isso? Algumas pessoas chamam também de gravidez do coração, ou gravidez invisível. Você pode conhecer também como adoção.
O desejo de ser mãe e pai é algo muito forte em nosso casamento, e mesmo meu esposo tendo dois filhos, sempre alimentamos o sonho de ter um outro filho biológico e uma filha trazida pela cegonha. Quem aqui é a cegonha? É a mãe que carrega, transporta, alimenta e ao final, doa seu filho ou filha por várias questões tão complexas que nem cabem aqui nessa página a sua discussão.
Posso dizer que nossa espera começou no final de julho e desde então temos estudado, lido e descoberto muitas nuances dessa aventura que é amar alguém que ainda não conhecemos. É um exercício fabuloso que já nos trouxe muita alegria, esperança e amor, mas que também tem suas exigências e vamos falar um pouco delas.

A primeira exigência é sondar seu coração e descobrir quais são os reais motivos para adoção. Eu e meu esposo conhecemos casos lindos de filhos adotivos que se tornam a base da estrutura do amor em suas famílias e queremos muito vivenciar essa situação de afeto. Sugiro mesmo verificar se a adoção não é uma forma de substituir algo que lhe falta e assim, o filho ou filha acaba sendo cobrado em excesso. 
A segunda é que adoção deve ser legal, no sentido de que o primeiro passo de todo pretendente é buscar informações na Vara da Infância e Família mais perto de sua residência. Assim, de posse da lista de documentos e exames médicos, o casal, ou a pessoa que pretenda fazer a adoção sozinha, poderá reunir as certidões, declarações e atestados e o mais rápido possível retornar para dar entrada no requerimento para adoção. Depois da apreciação do (a) Magistrado (a) e visitação e entrevistas da assistente social e psicóloga (o) é que você entrará para o Cadastro Nacional e poderá em algum tempo conhecer seu novo filho ou filha. O tempo depende do perfil da criança ou adolescente. Quanto mais limites, mais longa é a espera.
A terceira exigência é se preparar para a reação das pessoas. Nós ainda estamos construindo no Brasil uma nova cultura da adoção. Leva tempo mudar uma visão da sociedade sobre determinado tema e em relação aos filhos e filhas do coração não é muito diferente. O preconceito e a ignorância podem surgir onde menos esperamos, então, prepare a mente e o coração para argumentar com todo respeito e defesa da causa.
A quarta exigência é se apropriar da adoção, lendo artigos, livros e depoimentos confiáveis que possam ajudar no alívio de suas dúvidas e acima de tudo, na certeza de quais passos serão necessários até a chegada do filho ou filha.
A quinta exigência é segurar a ansiedade e não sair visitando abrigos. As crianças que se encontram nesses espaços institucionais estão ali temporariamente e apenas a minoria se encontra apta para adoção, então é melhor dar entrada nos documentos na Vara da Infância e Adolescência de sua Comarca e aguardar o andamento do processo.

Nós estamos ainda no começo de nossa jornada, mas estamos felizes pela certeza que nosso pequeno milagre em breve estará conosco. Pode demorar ainda um semestre, um ano ou até mais, mas confiamos que tudo vai acontecer no momento propício.
Um forte abraço e até loguinho.
Andreia Regina

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