sábado, 19 de novembro de 2016

Existe vida fora do Facebook?

Olá gente, tudo bom com vocês?
Eu estou legal, mesmo diante de tudo que acontece no mundo a nossa volta. Hoje no nosso divã vamos conversar um pouco sobre exposição nas redes sociais e o poder das novas mídias em nossas vidas.
Alguém pode perguntar que tema é esse no nosso momento de terapia, mas estamos precisando mesmo falar sobre o quanto as novas tecnologias estão impactando nossa vida, nossa rotina e nossa família.
Inicialmente quero dizer que sou admiradora da inventividade humana. Investigo faz tempo essa temática e já ministrei disciplinas na pós-graduação sobre cibercultura e novas mídias.
Um dos livros que eu acho bacana para quem quer aprender sobre a evolução dos meios de comunicação é Uma história social da mídia: de Gutemberg a internet, dos historiadores Asa Briggs e Peter Burke. Fica a dica para quem quiser se aprofundar na discussão.

Como sou uma imigrante digital, foi apenas na transição do século XX para o século XXI que comecei a ter contato mais forte com a internet e o computador. Depois eles se transformaram em importantes ferramentas para meu trabalho e diversão. Em 2005 entrei no Orkut, atendendo ao convite da filha de uma amiga. Em poucos meses já tinha quase mil amigos, a maioria ex-alunos e adorava receber os depoimentos e ver as comunidades abertas para mim por eles.
Em 2007 li uma matéria numa revista de grande circulação sobre uma nova rede social norte-americana que estava chamando atenção das celebridades: Facebook. Curiosa, fiz meu perfil e na época as postagens eram em inglês, pois apenas meus penpals (correspondentes estrangeiros) usavam a mesma rede. Porém nos anos seguintes, o Orkut foi perdendo sua força e o Facebook conquistando novos adeptos, de forma que em pouco tempo, muitos já tinham migrado de uma rede para outra. Eu permanecia nas duas, mas com mais atenção para o Facebook.


E aí, comecei a perceber que as coisas tinham sido modificadas drasticamente. Não era apenas uma mudança de uma rede para outra, as pessoas passaram a usar a nova rede em busca de compaixão pelas suas dores, likes para suas fotos e enviar indiretas ou diretas grosseiras e má educadas, que jamais fariam frente a frente de seus desafetos temporários. Rapidamente, a nova rede se configurou em um espaço de super exposição de problemas, de hábitos de consumo, ataques religiosos e políticos e pior, de uma realidade falseada e maquiada.

Enfim, depois de tantas reflexões, eu e meu amor marido deixamos o Facebook e fomos viver a vida de antes das redes sociais. Reaprendemos o valor de acompanhar boas séries, de visitar sites e blogs legais, retomamos o hábito da leitura antes de dormir, trouxemos para as crianças a importância dos jogos em família, desde Detetive e Quest até Jogo da Vida ou War Mitológico, voltamos a convidar nossos amigos para tomar um café conosco em nossa casa e melhor, reduzimos bastante a exposição de nossas vidas e dos meninos para pessoas estranhas. Ou seja, relembramos que existe vida fora do Facebook.

Não custa nada cada um tentar também. Nem tudo de bom ou de ruim que acontece em nossas vidas precisa ser compartilhado com uma multidão que em nada pode nos apoiar ou ajudar. No fim das contas, a chegada na maturidade me ensinou que nossos melhores amigos contamos entre os dedos das mãos, não entre seguidores ou amigos do Facebook.



Um super abraço para vocês. Vou ali na feira livre ver pessoas, sentir aromas e me abastecer dos frutos da terra.

Beijos e muita luz.
Andreia Regina

 


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