sexta-feira, 9 de junho de 2017

Dez dias para 40 anos

Olá gente, tudo bem com vocês?
Espero que estejam ótimos e bem nutridos de bons sentimentos.
Eu aqui ando na transição para os 40 anos de idade. Acreditam que nunca imaginei que viveria tanto? Não tenho certeza de onde surgiu isso, mas espero viver agora mais 40 anos com saúde, é claro.
Essa postagem de hoje é para lançar um olhar sobre como nos construímos como seres humanos ao longo da nossa existência.

Estudo para Leda. Leonardo Da Vinci.
Faltando então 10 dias para 40 anos, tenho mais o que agradecer do que o que reclamar, óbvio que alguns centímetros a mais e um pé com um número 35 teriam me ajudado. Posso afirmar então que a pessoa que sou hoje começou a ser construída 25 anos atrás, no ano de 1992, quando ingressei no ensino médio no curso de magistério e no Banco do Brasil como menor aprendiz. Foi a escola, pelo menos o que eu busquei nela, e o meu primeiro emprego que me deram minhas primeiras pinceladas de cultura através dos autores, dos livros e das disciplinas que comecei a ter contato.
Claro que tenho uma lista dos livros que li a partir de 1992, inclusive, guardo essas folhas faz 25 anos. E quando releio percebo que os livros nos definem. Vou citar alguns de minha lista como exemplo:

Ficção Científica: o primeiro livro que li foi sobre o Triângulo das Bermudas, do Charles Berlitiz. Na época não havia internet, então, esse tipo de relato sobre fenômenos fantásticos muito aguçava a minha mente, e realmente, procurei ler muita coisa que sempre tive dúvidas e ninguém para responder. Depois fui apresentada ao Isaac Asimov e minha perspectiva mudou. Amei robótica antes de conhecer o computador e acima de tudo, passei a nutrir um sentimento de grande respeito pela ciência, desejando fazer parte dela, de alguma forma.





Biografias: achava fascinante descobrir sobre a vida de pessoas que causaram algum impacto na história da humanidade e aproveitei para adquirir e ler uma coleção de livros que me apresentaram grandes personalidades como Maquiavel, Gandhi, Karl Marx, entre outros. Até hoje sou fã de biografias, o que meu amor marido não entende muito bem. Problema dele.
Espiritualismo: minha mãe nunca me cobrou seguir o catolicismo na adolescência, de forma que eu lia de tudo e tinha assim contato com muitas religiões. Porém, foi o livrinho Quem tem medo da morte?, do Richard Simonetti, que abriu minha perspectiva e nela estou até os dias de hoje.
História geral: A Revolução Francesa, de B. Erin, M. Xovar, D. Virieux,  foi um dos livros que li naquele ano e não só me aproximou do campo da história social, como me mostrou o poder das mobilizações sociais e das manobras políticas. Enquanto historiadora, tenho minhas áreas favoritas, mas a Era das Revoluções ainda me chama atenção.
Negras raízes foi outra obra que me impactou profundamente. Li o livro de Alex Haley por indicação de um dos meus chefes do Banco do Brasil e me identifiquei bastante com a temática e a luta dos afro-americanos por respeito e reconhecimento. Quem não leu o livro, existe uma versão para televisão. 

Drama: Eu Cristiane F. 13 anos, drogada e prostituída foi uma leitura  muito importante na minha adolescência. Aliás, acho que muitos jovens perdem por não ter conhecimento dessa história dramática, mas ao mesmo tempo cheia de lições. Ainda recordo de alguns trechos da obra e espero reler no futuro.

Não-ficção: Lia poucas obras brasileiras com 15 anos de idade, na verdade, era o que me chegava às mãos ou o que eu podia comprar nas bancas de revistas. Por isso, não sei dizer como recebi em minhas mãos o livro Feliz Ano Velho. Ele me deu um panorama bem vívido da repressão durante o regime militar no Brasil e a desconstrução de uma família. Vale a pena indicar, vale a pena ler.
Literatura: E os clássicos? Meu autor preferido é William Shakespeare. Como eu o conheci? Através de uma HQ comprada numa banca de revista. A partir da história do atormentado Hamlet, pude me lançar em muitas peças e descobrir uma leitura diferente e ao mesmo tempo realista das paixões humanas. Minha HQ sumiu, emprestada para alguém, mas a beleza do trabalho gráfico dela permanece:

Literatura brasileira: Meu primeiro autor brasileiro foi José de Alencar. Amava suas personagens femininas, tão idealizadas e puras. Lucíola, Diva e Senhora de fato ainda me encantam.

Auto Ajuda: Alguns de vocês vão discordar de minha classificação. Mas minha intenção é dizer o quanto essa obra de Paulo Coelho me ajudou a buscar meus sonhos. Ah, os mais racionalistas querem agora apagar meu blog de sua lista, mas lembrem que dentro de todos nós existem sonhos que precisam ser gestados e buscados. O Alquimista me tocou por isso e onde encontro o livro volto aos meus 15 anos e redescubro outra parte de mim.





Então, faltando dez dias para os 40 anos, reflito que somos produto do que lemos na juventude e que nossa maturidade depende de como apreendemos cada pensamento, cada personagem e cada ideia que nasceu de um livro que a gente leu e que se incorporou na nossa essência. Assim realizo um grande sonho: ter muitos livros para ler em um jardim só meu. E isso é o que me define nessa nova fase.




Um abraço grande para todos e até a próxima postagem.

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